Meu último dia. Uma palavra para descrever: lágrimas.
Ontem, no meu último dia na escola eu não imaginava que seria tão difícil dizer um goodbye. Eu passei três semanas pensando sobre o que dizer no meu discurso de despedida, eu ensaiei as palavras, mas na hora, pf... Minha voz ficou embargada, meus olhos ameaçavam soltar as lágrimas. Eu me senti muito triste, muito mesmo. E depois meus amigos, até quem eu conhecia há duas semanas, estavam me dando presentes. E a cada abraço eu chorava mais um pouco. Foi difícil dizer adeus à escola, ao sofá onde todos sentavam juntos para papear todos os dias, à mesa de pingue-pong que presenciou tantas disputa, mas o mais difícil foi dizer adeus aos meus amigos. Tanto alunos quanto professores e funcionários, porque ali é uma grande família. Sabe o que é ver as mesmas pessoas todos os dias? Todo dia saíamos para almoçar, ver um filme, ir ao lago, ou só curtir o tempo. O tempo... Quando ele passou tão rápido que eu nem percebi? Foi ontem que eu embarquei rumo à Nova Zelândia, não foi?
Nessa manhã, quando eu liguei o celular eu vi muitas mensagens dos meus amigos, que diziam palavras tão bonitas que a minha vontade era de ficar aqui pra sempre. Você acreditaria se eu dissesse que eu estou chorando só de escrever tudo isso?
Eu já arrumei a cama, as malas estão ali no canto, e vendo agora o quarto parece tão vazio. Que melancólico... Posso colocar as minhas roupas de volta no armário? Posso me preparar para receber os novos alunos na segunda? Ouvi dizer que são dois franceses. Queria conhecê-los. Deixa para a próxima, né? É hora de voltar para casa. Mas sabe o que é mais engraçado? Eu só sinto falta da minha família e dos meus amigos, porque eu não consigo sentir falta dos lugares, de SP, dos parques daí, dos shoppings. Quando eu penso nisso, logo me vem à cabeça: não, aqui é o meu cantinho agora. Conheço essa cidade como a palma da minha mão. Aqui é onde eu me sinto bem. São Paulo é tão grande... As pessoas mal se conhecem, tudo fica a dois ônibus e uma estação de trem de distância, eu queria andar ai como eu ando aqui, sem ter a preocupação de alguém me roubar, sem medo, sabe? Ou sem que os homens não ficassem te encarando ou dissessem palavras ridículas para você. Poxa, ajudaria bastante se não existisse isso. Eu quero levar a calmaria daqui comigo, posso?
Com os olhos marejados, eu digo que sentirei muita falta daqui, de Taupo, das pessoas, dos lugares, do estilo de vida, até de falar inglês todos os dias. Mas eu me diverti, aprendi muito, conheci diferentes pessoas e outra cultura, e tudo isso me fez crescer ainda mais.
Well, goodbye Taupo, New Zealand, friends... See you some day!
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